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notícias - 20 Julho 2015

Banca de Moçambique atrai a atenção dos grandes bancos internacionais

Banca de Moçambique atrai a atenção dos grandes bancos internacionais

A banca de Moçambique, que regista um crescimento elevado e boas perspectivas de negócio decorrentes do investimento estrangeiro na exploração de recursos naturais, está a atrair a atenção dos grandes bancos internacionais, de acordo com a Eaglestone Securities.

Depois da aquisição do Banco Terra pelo português Montepio Geral (44,5%) e pelo sul-africano Nedbank (36,6%), os togoleses do Ecobank compraram o Banco ProCredit em Junho último e agora as atenções viram-se para os planos do Standard Chartered e para a venda de uma participação de 49% no Moza Banco.

Num relatório recente sobre a banca moçambicana, a Eaglestone Securities antecipa que o sector "vai manter-se no radar de investidores locais e estrangeiros, particularmente considerando o enorme potencial oferecido pelos sectores do gás natural e carvão."

Recentemente, o banco francês Société Générale adquiriu uma participação no The Mauritius Commercial Bank Moçambique, ao abrigo de uma estratégia que visa o crescimento em África, continente onde actua em 18 países.

Em curso está a venda da participação de 49% que o português Novo Banco detém no Moza Banco, com vários interessados, mas que terá de contar com o aval da Moçambique Capitais, que detém os outros 51%.

Já noticiado foi o interesse da sociedade de investimento Atlas Mara, fundada pelo antigo presidente executivo do banco Barclays, Robert Diamond, em adquirir a participação do Novo Banco.

Segundo a Eaglestone, o Moza Banco, a par do Banco Único, destaca-se pelas "taxas de crescimento impressionantes" e a tendência é ganharem mais quota de mercado no futuro aos seus concorrentes.

Actualmente, existem 18 bancos activos em Moçambique, mas 90% dos activos, empréstimos e depósitos são detidos pelos seis maiores bancos, controlados quase todos por investidores portugueses e sul-africanos.

No ano passado, o lucro dos seis maiores bancos voltou a aumentar, com um "desempenho operacional robusto" que compensou o aumento de sobretaxas e impostos, afirma a Eaglestone.

Com a economia a crescer 7,4%, adianta, os serviços financeiros tiveram um papel de destaque, com crescimento de volume de operações e um aumento de receitas.

"De modo geral, pode dizer-se que o sector bancário local registou uma melhoria quer nos níveis de eficiência, quer nos de rentabilidade em 2014, relativamente ao ano anterior", referem os analistas da consultora financeira.

A carteira de activos dos bancos continuou a expandir-se de forma acelerada, com activos, empréstimos e depósitos a registarem todos crescimentos superiores a 20% no ano passado.

Apesar de uma degradação dos rácios de qualidade dos activos, estes estão a níveis confortáveis e o nível de capitalização da maioria dos bancos é considerado favorável.

Ao nível dos 6 maiores bancos (Millenium BIM, BCI, Standard Bank, Barclays, Moza Banco e Banco Único), os empréstimos cresceram 27 por cento, os empréstimos em moeda local 31% e os depósitos 20% e, devido ao bom desempenho operacional, os lucros dos seis maiores cresceram 29%.

http://www.macauhub.com.mo/pt/2015/07/20/banca-de-mocambique-atrai-a-atencao-dos-grandes-bancos-internacionais/