Banca de Moçambique atrai a atenção dos grandes bancos internacionais
A banca de Moçambique, que regista um crescimento elevado e boas perspectivas de negócio decorrentes do investimento estrangeiro na exploração de recursos naturais, está a atrair a atenção dos grandes bancos internacionais, de acordo com a Eaglestone Securities.
Depois da aquisição do Banco Terra pelo português Montepio Geral (44,5%) e pelo sul-africano Nedbank (36,6%), os togoleses do Ecobank compraram o Banco ProCredit em Junho último e agora as atenções viram-se para os planos do Standard Chartered e para a venda de uma participação de 49% no Moza Banco.
Num relatório recente sobre a banca moçambicana, a Eaglestone Securities antecipa que o sector "vai manter-se no radar de investidores locais e estrangeiros, particularmente considerando o enorme potencial oferecido pelos sectores do gás natural e carvão."
Recentemente, o banco francês Société Générale adquiriu uma participação no The Mauritius Commercial Bank Moçambique, ao abrigo de uma estratégia que visa o crescimento em África, continente onde actua em 18 países.
Em curso está a venda da participação de 49% que o português Novo Banco detém no Moza Banco, com vários interessados, mas que terá de contar com o aval da Moçambique Capitais, que detém os outros 51%.
Já noticiado foi o interesse da sociedade de investimento Atlas Mara, fundada pelo antigo presidente executivo do banco Barclays, Robert Diamond, em adquirir a participação do Novo Banco.
Segundo a Eaglestone, o Moza Banco, a par do Banco Único, destaca-se pelas "taxas de crescimento impressionantes" e a tendência é ganharem mais quota de mercado no futuro aos seus concorrentes.
Actualmente, existem 18 bancos activos em Moçambique, mas 90% dos activos, empréstimos e depósitos são detidos pelos seis maiores bancos, controlados quase todos por investidores portugueses e sul-africanos.
No ano passado, o lucro dos seis maiores bancos voltou a aumentar, com um "desempenho operacional robusto" que compensou o aumento de sobretaxas e impostos, afirma a Eaglestone.
Com a economia a crescer 7,4%, adianta, os serviços financeiros tiveram um papel de destaque, com crescimento de volume de operações e um aumento de receitas.
"De modo geral, pode dizer-se que o sector bancário local registou uma melhoria quer nos níveis de eficiência, quer nos de rentabilidade em 2014, relativamente ao ano anterior", referem os analistas da consultora financeira.
A carteira de activos dos bancos continuou a expandir-se de forma acelerada, com activos, empréstimos e depósitos a registarem todos crescimentos superiores a 20% no ano passado.
Apesar de uma degradação dos rácios de qualidade dos activos, estes estão a níveis confortáveis e o nível de capitalização da maioria dos bancos é considerado favorável.
Ao nível dos 6 maiores bancos (Millenium BIM, BCI, Standard Bank, Barclays, Moza Banco e Banco Único), os empréstimos cresceram 27 por cento, os empréstimos em moeda local 31% e os depósitos 20% e, devido ao bom desempenho operacional, os lucros dos seis maiores cresceram 29%.